sábado, 25 de setembro de 2010

SAIU NA FOLHA...

Prefeito de Macapá controla ônibus na cidade, afirma PF

DIMMI AMORA
DE BRASÍLIA

Uma empresa em nome de laranjas ganhou da Prefeitura de Macapá, sem licitação, o direito de operar linhas de ônibus. Segundo a PF, a empresa seria de fato do prefeito de Macapá, Roberto Goes (PDT), e do deputado estadual Edinho Duarte (PP).
Quem negociou para que a empresa assumisse o transporte da cidade foi o ex-secretário da Casa Civil do prefeito, Paulo Melen, que, segundo a Polícia Federal, seria responsável por fazer o pagamento de um "mensalão" ao presidente da Assembleia Legislativa, Jorge Amanajás (PSDB), atual candidato a governador do estado.
As informações estão no relatório da Polícia Federal da Operação Mãos Limpas.
O prefeito da cidade disse que prestou depoimento como testemunha no caso. Afirmou ainda que o processo de licitação das linhas de ônibus foi transparente e acompanhado pelo Ministério Público e nega irregularidades.
A Folha fez contato com os assessores de Amanajás, que não retornou. Deixou recados no escritório de Melen, mas até a conclusão desta edição ele não retornou. E encaminhou e-mail para o deputado Edinho, após várias tentativas de contato.
O prefeito de Macapá e os dois deputados prestaram depoimento no dia da operação. O Ministério Público Federal e o ministro relator do Superior Tribunal de Justiça entenderam que eles não poderiam ser presos porque os fortes indícios de crimes apontados pela PF não eram da alçada da Justiça Federal.
A empresa de ônibus é a Expresso Marco Zero. De acordo com a PF, foi feita uma campanha para desestruturar o sistema de transportes da cidade e justificar a retirada das concessões em andamento e dar uma nova concessão a esta empresa.
Oficialmente, a companhia está em nome de duas pessoas: um parente e um funcionário de dois grandes empresários da cidade, que teriam relações com o prefeito e o deputado Edinho.
Quem operou a formação da empresa e a concessão dos transportes foi Paulo Melen. De acordo com o relatório, até 2008 ele era assessor do presidente da Assembleia, Jorge Amanajás. Segundo a PF, Melen tem movimentação financeira incompatível com os rendimentos. (Publicado em 25 de setembro,2010)

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