Governo do Pará impede ação de fiscais do Ibama
Em conflito com o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) local, o governo do Pará mudou o sistema estadual de controle da exploração de madeira para impedir que fiscais federais possam bloquear os planos de manejo --autorizações legais de desmatamento.
A mudança tira a capacidade dos fiscais do Ibama de interferir na gestão da floresta quando flagram um crime ambiental no Estado --recordista em desmatamento ilegal na Amazônia--, segundo disse um servidor do órgão federal, que pediu para não ser identificado.
Há casos de empresas que foram embargadas e multadas pelo Ibama nesse período e que puderam, mesmo assim, continuar transacionando madeira livremente pelo sistema estadual, criado por uma empresa privada, chamado Sisflora.
Esse sistema funciona pela internet, como uma espécie de banco.
Cada empresa tem uma "conta". A cada vez que uma madeireira recebe do governo estadual autorização para desmatar, ganha um "depósito", um crédito, em metros cúbicos.
Quando vende um volume específico para, por exemplo, uma serraria, os créditos são transferidos para essa serraria, que pode por sua vez transformar e revender a madeira para uma outra empresa, também em forma de créditos relativos ao volume específico vendido. (João Carlos Magalhães no Folha.com)
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