sábado, 18 de dezembro de 2010

De Chico Bruno

Pobre Amapá

Nos primeiros dias de setembro a Polícia Federal prendeu o ex-governador Waldez Góes (PDT) e sua mulher Marília, o governador Pedro Paulo (PP), o presidente do TCE, Júlio Miranda e mais um monte de autoridades fruto da Operação Mãos Limpas, determinada pelo Superior Tribunal de Justiça a Polícia Federal.
Hoje (18), pela manhã, prosseguindo a referida operação, a PF prendeu preventivamente o prefeito de Macapá Roberto Góes (PDT), primo do ex-governador e mais um monte de autoridades.
Ontem (17), na diplomação dos eleitos, o senador Gilvam Borges (PMDB-AP) foi vaiado e se viu sob uma chuva de ovos, pois não foi eleito.
As vaias e os ovos são fruto de um protesto pela diplomação de um senador não eleito pelo voto popular, mas pelo tapetão do TSE.
Essas coisas que estão acontecendo desde setembro demonstram como vai a política no meio do Mundo. De mal a pior.
Infelizmente os cinco ministros do TSE que indeferiram os registros de João e Janete Capiberibe acham que os criminosos não são os que foram presos, mas os Capiberibe, que nunca tiveram suas biografias manchadas por acusações de corrupção.
Como não conhecem um palmo diante do nariz da política do Amapá os ministros que cassaram os Capiberibe em 2004 e os cinco que agora indeferiram os registros deveriam acompanhar as decisões do Tribunal Regional Eleitoral do Amapá, que por viverem o dia a dia do Estado nunca se deixaram engabelar pelos políticos que fazem parte do grupo que se apossou do poder em 2002.
É vergonhoso ver, 48 horas depois da decisão dos cinco ministros do TSE contra os Capiberibe, outro braço da Justiça avançar no desmantelamento da última cidadela do poder criminoso com a prisão de Roberto Góes, prefeito de Macapá.
Esses políticos que sujam o nome do Amapá perante o país, se aproveitam do perfil anestesiado por anos de ditadura militar do cidadão brasileiro, que por enquanto expõe sua indignação na internet ou com vaias e ovos presenciais, ao contrário de irmãos de outros países que em casos similares tomam as ruas com protestos violentos contra a corja.
A cada dia fico com mais certeza que um dia o saco do povo vai transbordar e ele irá às ruas clamar por justiça, pois só assim a corja que vive à custa dos cofres públicos será contida.
Enquanto isso não acontece, só resta lamentar que os probos sejam condenados e os corruptos sejam premiados no tapetão de algumas decisões judiciais.
Pobre Amapá.  

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