Natália Lucas / O GLOBO
Contratada inicialmente por R$574,8 milhões, em novembro de 2007, o valor da ponte sobre o Rio Negro, que liga Manaus ao município de Iranduba, no Amazonas, teve aumento de 90% no custo ao longo dos três anos e dez meses de obras - um ano a mais do que o previsto. A evolução do valor da segunda maior ponte do Brasil em águas fluviais - com 3,59 km de extensão - foi justificada por serviços de engenharia da estrutura de concreto, o sistema de defensas dos mastros, iluminação, estradas de acesso e serviço de consultoria.
O Ministério Público Federal abriu investigação para saber os motivos de a obra chegar ao fim custando quase o dobro do valor inicial.
O último reajuste no valor da obra foi de R$20 milhões. O custo final do projeto passou então para R$1,099 bilhão. O contrato com a construtora Camargo Corrêa já havia sido corrigido duas vezes. A primeira, no valor de R$48,9 milhões e, a outra, de R$14,068 milhões. Segundo o governo do Amazonas, o reajuste está previsto no parágrafo décimo da cláusula 19ª do contrato com a construtora. A correção é feita com base no Índice Nacional de Construção Civil, que é elaborado pela Fundação Getulio Vargas.
Do total de recursos aplicados, R$586 milhões foram financiados pelo BNDES, e R$513 milhões, pelo governo do Amazonas. Dos recursos diretos dos cofres estaduais, R$331 milhões (65%) foram pagos na gestão do atual governador, Omar Aziz. Outros R$182 milhões foram pagos na gestão do ex-governador Eduardo Braga, idealizador do projeto. A ponte sobre o Rio Negro é considerada a maior estaiada, com 400 metros de trecho suspensos por cabos. O mastro central chega a 162 metros de altura.
O empreendimento consumiu 20 mil toneladas de aço e mais de um milhão e meio de sacas de cimento, o suficiente para erguer três Maracanãs. A ponte foi inaugurada ontem, no entanto, sem o sistema de proteção dos pilares. Os equipamentos (12 balsas e um rebocador) vão custar R$67 milhões. Falta instalar ainda câmeras. O empreendimento para a região metropolitana de Manaus representa solução logística para o escoamento da produção e o transporte de pessoas, segundo o governo estadual.
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