quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Direto da Varanda: Chico Bruno

E agora Dilma. O que fazer com o fanfarrão Lupi?

O Ministro do Trabalho Carlos Alberto Lupi (PDT) se autoconfirmou no posto e desmoralizou  a autoridade da presidenta Dilma Rousseff.
Fosse em uma empresa privada e ele seria demitido imediatamente pelas suas bravatas.
O desafio de Lupi reduz a imagem de durona de Dilma a pó, caso ela mão tome uma atitude.
A fanfarronice de Lupi traz à memória a marcha carnavalesca de Paquito e Romeu Gentil “Daqui não saio, daqui ninguém me tira”, interpretada pelos Vocalistas Tropicais, a mais executada em todo o país no Carnaval de 1950 e que se tornou patrimônio da música popular brasileira.
Voltando a vaca fria.
Depois de uma longa reunião com o objetivo de conseguir o apoio das bancadas do PDT na Câmara dos Deputados e no Senado, o ministro Carlos Lupi concedeu uma entrevista que estarreceu os jornalistas pelo desassombro de suas respostas as indagações .
- Duvido que a Dilma me tire! Ela me conhece bem. Alguns de vocês vão ficar muito tristes com o resultado desse episódio, disse aos jornalistas.
E empolgado desafiou a autoridade da presidenta:
- Para desconforto de vocês, vão ter que me ver aqui no ano que vem, em 2013, em 2014... Pela relação que tenho com Dilma, não saio nem na reforma [ministerial, prevista para janeiro]. Eu me benzo todos os dias, meu amor! Tenho o santo forte. Ainda vou carregar o caixão de muita gente que quer me enterrar, disse.
Algumas declarações de Lupi foram de deboche e escárnio:
- Para me tirar do ministério, só se eu for abatido à bala! E tem que ser uma bala muito forte porque eu sou pesadão.
- Nem saio e nem me licencio. Se quiserem me sangrar terão de fazê-lo até o fim, e depois chupar meu sangue de canudinho, disse Lupi gargalhando.
Com declarações deste tipo, Lupi colocou a faca no peito da presidenta.
O estilo “daqui não saio, daqui ninguém me tira” surpreendeu aliados do governo. Calou assessores instalados no Palácio do Planalto.
Fez-se o silêncio.

Resumo da ópera.
Como filho de calabrês, conheço bem os carcamanos e suas fanfarronices.
Carlos Lupi é um deles.
Suas declarações mostraram que corre em suas veias o sangue de descendência calabresa.
Todo carcamano procura ganhar a briga no grito, no berro. Lupi não fugiu a regra.
O carcamano partiu para o “dá ou desce”. Mostrou ao país que aprendeu direitinho todas as lições ministradas por seu mestre Brizola.
Até agora Dilma não se manifestou, mas vai precisar fazê-lo, pois foi desmoralizada por Lupi, que se autoconfirmou no cargo.  
O silêncio fará ruir a imagem da Dilma durona, que não se dobra aos malfeitos, sinônimo criado pela presidenta e adotado pela imprensa, para substituir o termo correto: corrupção.    
Fica no ar a pergunta:
E agora Dilma. O que fazer com o fanfarrão Lupi?

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