sábado, 11 de setembro de 2010

Santarém do Cajarí: Uma comunidade bucólica e esquecida pelo poder público


Santarém do Cajarí, comunidade bucólica e de beleza paisagística singular, localizada às margens do rio Braço do Cajarí, na Reserva Extrativista do Rio Cajarí, há muito esquecida pelo poder público municipal e estadual.
O acesso para a comunidade é por via rodoviária a cerca de quatro horas de viagem de Laranjal do Jarí, e marítima por lancha ou catraia, saindo da Comunidade de Água Branca com duração de duas horas de viagem.




Na comunidade vivem cerca de 15 famílias, que trabalham com o agro-extrativismo da castanha, açaí, mandioca e se alimentam da pesca artesanal.

A produção de farinha é para consumo próprio e também vendem para ajudar na renda familiar.


Podemos encontrar na comunidade um Centro Comunitário,


A Igreja da Padroeira Santa Luzia, que comemoram as festividades de 11 a 13 de dezembro,

ambos construídos há 22 anos pelo então Prefeito João Queiroga de Souza (1988-1992), e que se encontram em estado precário com a madeira apodrecida pela ação do tempo e dos cupins.


A energia é gerada através de motor, que é ligado entre 18:30h até 22:30h.
Não existe Posto de Saúde. Quando há necessidade de atendimento médico, os moradores têm que se deslocar até Água Branca, cerca de duas horas de catraia, para serem atendidos no Posto ´de Saúde.
Podemos ver em Santarém do Cajarí uma paisagem que nos reporta ao Século XVI das lavadeiras de roupa às margens rios.


A água para consumo é retirada do rio e tratada com pó mágico e hipoclorito. Também é utilizada para serviços domésticos.


Não existe escola na comunidade.


Os professores do ensino regular e módulo ministram aulas na igrejinha, no centro comunitário, sem paredes laterais de frente para o sol, ou em uma casa alugada pela prefeitura, que serve também para alojamento dos professores.
Em sala de aula não existe disponível um pote, filtro, garrafa térmica e muito menos um bebedouro adequado para tomarem água. Existe uma deficiência muito grande de material didático para uso dos professores, que chegam a comprar dos seus salários giz, pincel atômico, cartolina e outros, para ministrar as aulas.

As datas comemorativas como o dia da criança,


são organizadas com recursos próprios pelos professores, que têm sensibilidade, para não deixar passar sem registro.
Os professores do ensino modular utilizam a catraia para se deslocarem no trecho Água Branca/Santarém do Cajarí/Água Branca.


Na época do ano em que o rio seca é perigoso viajar pelo rio Braço, por estar obstruído por toras de árvores e pedras.


Quanto ao ramal, que também foi aberto com a ajuda da comunidade, há mais de duas décadas, permite apenas a entrada de veículos com tração e motos.


O sonho dos moradores da Comunidade de Santarém do Cajarí: a construção de uma escola, que permita educação digna aos seus filhos e preparação do ramal que dá acesso de veículos até a Comunidade de Santarém do Cajarí.

2 comentários:

Teu Amigão disse...

Ai! amiga, que saudade daqueles banhos de rio nos finais de tardes. Parabéns pela matéria. Faça das outras comunidas em que vc andou.Teu Amigão.

Angelo Cerejo disse...

Que lugar lindo! Eu já quero ir lá e montar a minha barraca de camping quando for ao Amapá.